segunda-feira, 13 de maio de 2024

2ºB - CONCEITO DE ANALFABETISMO PELO INAF

O Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (Inaf) é uma iniciativa de medição do alfabetismo da população brasileira, criado e implementado pelo Instituto Paulo Montenegro e pela ONG Ação Educativa, e seus resultados são publicados anualmente. Tem como objetivos a oferta de informações qualificadas sobre as habilidades de leitura, escrita, cálculo numérico e resolução de problemas, sobre as práticas de letramento e numeramento, e sobre a autopercepção dessas habilidades e práticas pelo segmento jovem e adulto da população. O interesse central é fomentar o debate público e subsidiar a formulação de políticas de educação e cultura, conforme vários estudos de Ribeiro e colaboradores.

 A pesquisa é realizada por meio da aplicação de entrevistas individuais domiciliares, em amostras representativas da população brasileira de 15 a 64 anos, compostas por duas mil pessoas. Dois instrumentos são utilizados: um questionário e um teste. O questionário contém itens que abordam características sociodemográficas, culturais e econômicas dos respondentes, a partir de suas práticas de leitura e escrita (letramento), cálculo e resolução de problemas matemáticos, suas percepções sobre o domínio de habilidades e práticas e os acervos de que dispõem em diferentes esferas de convivência: doméstica, trabalho, lazer, participação cidadã, educação e religião.

Já o teste busca aferir habilidades leitoras que avaliam desde se a pessoa sabe ler ou escrever textos simples até se consegue inferir informações de textos longos e complexos. E, ainda, habilidades matemáticas, verificando se a pessoa é capaz de fazer a leitura de números familiares e cálculos e solucionar problemas matemáticos. O teste é composto por um conjunto de textos (bilhetes, notícias, instruções, narrativas, gráficos, tabelas, mapas, anúncios, etc.), explorados por meio de um protocolo com perguntas a serem respondidas pelos entrevistados. A partir da análise dos escores obtidos pelos participantes, o desempenho é classificado em quatro faixas – a primeira compreende o analfabetismo e as outras abarcam três níveis de alfabetismo, conforme descrição de Ribeiro e colaboradores.

O nível 1 (analfabetismo) corresponde à condição dos que não conseguem realizar tarefas simples que envolvem a leitura de palavras e frases, ainda que uma parcela destes consiga ler números familiares (telefones, preços, etc.).

O nível 2 (alfabetismo rudimentar) corresponde à capacidade de localizar uma informação explícita em textos curtos e familiares (por exemplo, um anúncio ou pequena carta), ler e escrever números usuais e realizar operações simples, como manusear dinheiro para o pagamento de pequenas quantias ou fazer medidas de comprimento usando a fita métrica. 

O nível 3 (alfabetismo básico)  inclui  pessoas que  podem ser consideradas funcionalmente alfabetizadas, pois já leem e compreendem textos de média extensão, localizam informações, mesmo que seja necessário realizar pequenas inferências, leem números na casa dos milhões, resolvem problemas envolvendo uma sequência simples de operações e têm noção de proporcionalidade. Mostram, no entanto, limitações quando as operações requeridas envolvem maior número de elementos, etapas ou relações.

No nível 4 (alfabetismo pleno), estão situadas as  pessoas cujas habilidades não mais impõem restrições para compreender e interpretar textos em situações usuais: leem textos mais longos, analisando e relacionando suas partes, comparam e avaliam informações, distinguem fato de opinião, realizam inferências e sínteses. Quanto à matemática, resolvem problemas que exigem maior planejamento e controle, envolvendo percentuais, proporções e cálculo de área, além de interpretar tabelas de dupla entrada, mapas e gráficos.


fonte https://www.ceale.fae.ufmg.br/glossarioceale/verbetes/indicador-nacional-de-alfabetismo-funcional 

quarta-feira, 1 de maio de 2024

2ºB - A VISÃO PEDAGÓGICA DE PAULO FREIRE

 A VISÃO PEDAGÓGICA DE FREIRE

RESUMO

TEXTO 1

Na década de 60 do século XX, o educador Paulo Freire marcou bem a especificidade do campo da alfabetização de jovens e adultos, ao apresentar uma proposta conscientizadora que levasse em conta não só a aquisição do sistema de escrita, mas também a cultura da comunidade e a visão crítica do mundo.

Atualmente, os programas direcionados a esse campo agregam ao pensamento pedagógico freireano a compreensão mais ampla de processos de letramento e, portanto, a concepção de que a alfabetização não se reduz às habilidades de decodificação e codificação do sistema de escrita. É essencial, portanto, que o alfabetizando compreenda e vivencie as funções reais da escrita em nossa sociedade, para que seu aprendizado sirva como instrumento de luta na conquista da cidadania. Assim, pressupostos teóricos e metodológicos de propostas curriculares ou métodos de alfabetização de jovens e adultos devem garantir o acesso à alfabetização associado aos usos e às funções sociais da língua escrita, para que os jovens e adultos alfabetizados de hoje não se tornem os analfabetos funcionais de amanhã.

FONTE https://www.ceale.fae.ufmg.br/glossarioceale/verbetes/alfabetizacao-de-jovens-e-adultos

TEXTO 2

A proposta pedagógica tem como base os fundamentos defendidos pelo pedagogo e educador brasileiro Paulo Freire, que é considerado um dos principais pensadores mundiais dessa área. A metodologia proposta por ele utiliza como ponto de partida a linguagem e o diálogo, e se caracteriza por ser dinâmica, que se faz e refaz a partir da interação coletiva (entre professores e estudantes).

Outra característica da Pedagogia Freireana é a utilização das realidades sociais e experiências dos estudantes no processo ensino-aprendizagem, de modo que eles consigam enxergar sentidos e propósitos nos estudos, desenvolver uma visão crítica sobre o mundo e adquirir o conhecimento com maior facilidade. Além disso, durante as aulas os alunos costumam ficar sentados em círculo, para que o diálogo e a interação sejam favorecidos e o aprendizado alcance a todos, sem barreiras e hierarquias.

As ideias de Paulo Freire são bastante conhecidas no ramo acadêmico, e apesar de existirem várias críticas, são muitos os pedagogos que as defendem e utilizam nos tempos atuais, principalmente na Educação de Jovens e Adultos – EJA, que foi o público-alvo de Freire ainda na década de 60.

Paulo Freire


Considerado atualmente o mais célebre educador brasileiro, Paulo Freire é o Patrono da Educação Brasileira, título obtido através da Lei 12.612, de 13 de abril de 2012, como uma homenagem ao trabalho que realizou em prol da democratização da educação e da alfabetização de trabalhadores rurais no Nordeste. 

Freire nasceu em Recife – PE, em setembro de 1921, e faleceu em maio de 1997. Graças aos bons resultados obtidos com a utilização do seu método de ensino e a importância do trabalho que desenvolveu em vida, obteve mais de 40 títulos de doutor honoris causa concedidos por Universidades de grande prestígio, como Oxford, Harvard e Cambridge.

FONTE https://www.educamaisbrasil.com.br/proposta-pedagogica/freireana

TEXTO 3

100 anos de Paulo Freire: Patrono da Educação Brasileira 

 Publicado em 17 de Setembro de 2021 às 16h04

A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem" (Paulo Freire).

A data 19 de setembro de 2021 marca o centenário de nascimento do educador, pedagogo e filósofo Paulo Freire. Natural de Recife, o pernambucano é um dos grandes nomes da educação mundial e ficou conhecido internacionalmente pela sua teoria de que a educação é o caminho para a emancipação de sujeitos, para que transformem sua realidade por meio da reflexão crítica. O seu trabalho de alfabetização de adultos é reconhecido mundialmente. Entre as inúmeras obras publicadas estão as compõem a trilogia: “Pedagogia do Oprimido”, “Pedagogia da Esperança”, “Pedagogia da autonomia”.

Em 2018, Maria Margarida Machado, docente da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG), concedeu entrevista para o ANDES-SN sobre a obra e legado do patrono da educação brasileira. “Freire foi um pensador muito importante nas décadas de 50, 60 e 70 e 80. Foi educador atuante em uma perspectiva de educação que buscava colocar no centro da educação pedagógica o direito a uma educação emancipatória”, afirmou a professora naquele ano.

Segundo a docente da UFG, defender a concepção de educação como emancipadora do sujeito representa enfrentar as grandes limitações econômicas e sociais dos estudantes brasileiros. Para ela, Freire combatia não apenas a opressão que decorre da necessidade financeira e da limitação do acesso aos bens materiais, mas também reafirmava a necessidade de combater a mentalidade conservadora. “A mentalidade conservadora, tradicional, tem a ver com o que o sujeito aprende com a sua família, na religião e no trabalho. Nessas relações, essa convivência ao invés de torná-lo um sujeito livre e amoroso, o aprisiona a um conjunto de preceitos morais, éticos e céticos que o distancia de outros seres humanos”, disse Margarida.

Crítica à educação bancária
Uma das principais contribuições de Paulo Freire é a sua crítica à educação tradicional, conceituada na obra “Pedagogia do Oprimido” como educação bancária. Segundo o pedagogo, o sujeito que está aprendendo na educação bancária é tratado como um lugar onde se deposita verdades, e isso não seria um processo de aprendizagem uma vez que não há diálogo.

“Aprender, para Paulo Freire, é acessar o conhecimento sistematizado, problematizar esse conhecimento, buscar a compreensão para além daquilo que é dito”, explicou. Para a docente, muitas das ações executadas no sistema educacional brasileiro não levam em conta o princípio do diálogo.  “Temos que questionar quem diz que quer tirar Paulo Freire de qualquer lugar. Essas pessoas realmente sabem do que estão falando?”, alertou.

Aprender para transformar
Paulo Freire compreendia que o sujeito aprende para se humanizar. De acordo com o educador, aprender é complemento da formação do sujeito como humano. “Se aprende na relação com o outro, no diálogo com outro, na aproximação dele com o conhecimento do outro. Esse aprender coletivo tem a ver com o conhecimento sistematizado pelas outras pessoas. Saber que você precisa escutar e aprender com o outro é fundamental para romper com uma lógica de educação tradicional”, contou Maria Margarida.

Outra questão fundamental na obra de Paulo Freire é que se aprende para transformar a realidade. “Nesse aspecto, é fundamental a consciência crítica e de sujeito histórico. Nesta perspectiva, nós estamos anos luz distantes, em toda nossa formação na educação brasileira, seja da educação infantil até a superior, do princípio de empoderar o sujeito para que ele possa se perceber como sujeito transformador da realidade”, afirmou a docente da UFG.

Quem foi Paulo Freire?
Paulo Freire nasceu em 1921, em Recife (PE). Com o agravamento da crise econômica mundial iniciada em 1929 e a morte de seu pai, quando tinha 13 anos, passou a enfrentar dificuldades econômicas. Formou-se em direito, mas não seguiu carreira, encaminhando a vida profissional para o magistério. Em 1963, em Angicos (RN), coordenou um programa que alfabetizou 300 pessoas, cortadores de cana, em 45 dias. No ano seguinte, foi surpreendido em Brasília (DF), onde coordenava o Plano Nacional de Alfabetização do presidente João Goulart. Freire passou 70 dias na prisão antes partir para o exílio.

Em 1968, no Chile, escreveu seu livro mais conhecido, “Pedagogia do Oprimido”. Também deu aulas nos Estados Unidos e na Suíça e organizou planos de alfabetização em países africanos. Com a anistia, em 1979, voltou ao Brasil, integrando-se à vida universitária. Foi secretário municipal de Educação de São Paulo (SP), na prefeitura de Luiza Erundina. Foi nomeado doutor Honoris Causa de 28 universidades em vários países e teve obras traduzidas em mais de 20 idiomas. Morreu em 1997, de infarto. Em 2012, foi sancionada a Lei 12.612, que declarou o educador Paulo Freire o Patrono da Educação Brasileira.

Para estudar Paulo Freire
Maria Margarida Machado indicou três leituras para quem quer conhecer mais a teoria de Paulo Freire. O livro “Pedagogia do Oprimido”, para a docente, é a base da formação humanista de Freire, além de sua principal obra, e traz as principais referências que ele estudou e com quem aprendeu para pensar a obra. O livro “Pedagogia da Esperança” traz uma releitura do livro anterior, simplificando-a. Já o livro “Pedagogia da Autonomia”, último que o Paulo Freire escreveu, dialoga com professores sobre os aspectos da prática docente. “Essa trilogia é fundamental para ser lida e pensada no contexto em que foram escritas”, concluiu.

O legado de Paulo Freire
Em abril de 1990, Paulo concedeu uma entrevista para a primeira edição da Revista Universidade & Sociedade. Leia aqui.

E, em julho do ano passado, durante o 8º Conad Extraordinário, o ANDES-SN lançou a edição 66 da revista Universidade e Sociedade, com o tema "O Legado de Paulo Freire para a Educação". Com mais de 25 textos, entre artigos e resenhas, a revista traz diversas reflexões sobre as contribuições freirianas para a Educação, para a Universidade Pública e para a militância sindical, popular e partidária. Confira aqui.

FONTE: https://www.andes.org.br/conteudos/noticia/100-anos-de-paulo-freire-patrono-da-educacao-brasileira1


2ºB - A EJA NA SME - RJ (CONTINUAÇÃO)

  Eixo Trabalho

 Referencial Teórico/Conceito 

O Trabalho, enquanto ação inerente ao ser humano, permite que o sujeito produza suas condições de existência em relações construídas com o Ambiente e a Cultura. É um importante eixo temático fomentador para a atuação docente na Educação de Jovens e Adultos, uma vez que pode contribuir para a emancipação do cidadão, além de ser um parâmetro legal referendado pela LDB e pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para EJA (Parecer CNE/CEB nº 11/2000).

O Trabalho também produz conceitos, símbolos, ideias e toda Cultura material e não material. Possui grande influência na organização de nossa sociedade, interferindo diretamente nas relações sociais. Abordar este eixo oportuniza ao trabalhador, ou ao filho dele, a construção de uma sociedade mais justa para todos. Nesta concepção crítica de currículo faz-se necessário conceber o trabalho como mediação entre o homem e o objeto do conhecimento a ser construído. Este eixo instiga os alunos a refl etir criticamente sobre a situação do trabalhador na sociedade atual.


(QUESTÕES RETIRADAS DO MATERIAL DA SME - RJ)


Problematização para a Participação Cidadã

1 Qual é a importância do trabalho na nossa vida? O que a educação tem a ver com o trabalho?

 2 Como você vê o trabalho nos dias atuais? Como você enxerga o mercado de trabalho e as oportunidades de emprego? 

3 Qual a diferença entre trabalho e emprego? 

4 O mercado de trabalho atual contempla homens e mulheres com equidade?

 5 Todos os tipos de trabalho são valorizados da mesma forma? Quais tipos de trabalho são mais valorizados e quais são menos valorizados?

 6 Quais as relações entre trabalho e as tecnologias atuais? 

7 Como você usufrui seu tempo de lazer, visto como tempo livre do trabalho? 

8 Você reconhece a presença da Arte em trabalhos informais em sua comunidade? 

9 Observando o movimento de artistas de rua em espaços não convencionais, você o qualifica como trabalho?

3ºB - ATIVIDADE 2

 DINÂMICAS PARA PROFESSORES Dinâmica 1 – Papel amassado Objetivo Fazer com que os professores reflitam sobre como cada pequena atitude do di...